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terça-feira, 8 de setembro de 2015

A Cultura do Arroz (Resumo)



Prezados amigos: Com esta publicação, damos por encerrados os trabalhos aqui neste blog sobre "A Cultura do Arroz", nosso objetivo é contribuir com uma página para Produtores, Profissionais da área, Estudantes, compilando, agregando, reunindo dados que possam facilitar o estudo e conhecimentos ora em questão, nossos agradecimentos à EMBRAPA, EPAMIG E AOS MESTRES DA HORTICULTURA.
Para melhor entendimento, publicaremos todos os slides disponíveis até o momento, procurando sempre que possível, atualizá-los e se quiserem aprofundar mais sobre algum assunto mais especifico, sugerimos no "Blog" procurar o marcador de "Arroz" e ao clicar, serás direcionados ao conjunto de publicaçôees refentes a esta cultura.
Com relação aos slideshares, para melhor visualização, clique na aba inferior do mesmo, naquele quadradinho com duas setas invertidas para visualizares em tela cheia, se por acaso tiveres interesse em fazer o download do mesmo, clique no titulo logo abaixo do slide, serás direcionado ao servidor, onde há a opção para baixar para seu o "PC".

MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS POR SUA VISITA, SALIENTADO QUE ESTE É UM TRABALHO DE CONTRIBUIÇÃO, SEM NENHUMA VANTAGEM ECONÔMICA, REALIZADO APENAS PELO PRAZER E AO ETERNO AMOR À AGRICULTURA.

ABRAÇOS.

Carlos Pena
Origem do Arroz
•A maioria dos autores acredita que ele seja originário da Ásia Sul-Oriental, região que inclui a China, a Índia e a Indochina. Evidências arqueológicas na China e na Índia atestam a existência do arroz há cerca de 7000 anos.
•As referências mais concretas, entretanto, remontam ao ano de 2822 a.C., cerimônias instituídas pelos imperadores da China, que consistia em semear, eles próprios, anualmente, as sementes de arroz.
•Na Europa, a introdução do arroz na cultura de seus povos se deu através dos mouros no século VIII, na Península Ibérica. A partir daí, difundiu-se nos demais países. Sete séculos depois, no final do Século XV, a cultura do arroz é introduzida, nas regiões da Lombardia, Veneto e Piemonte.
•Nos Estados Unidos informações datam a chegada do arroz em 1694, na Carolina, e em 1718, na Louisiana.
Cultura do arroz
•Arroz e sociedade
–Profunda influência cultural.
–Principal produto alimentar nas diversas culturas:
•Significado religioso e cultural.
•Culturas com lendas em que o arroz está ligado à sua própria origem.
•Cultura chinesa:
–“she fan” significa “comer” bem como “comer arroz”.
–“Fan Dian” significa “restaurante” bem como o “lugar onde o arroz é servido”.
•Cultivo do arroz
–Cultivado na actual Tailândia (7.0 anos a.C.) e mais tarde passou para a China (?) substituindo o milho.
–O cultivo molhado do arroz substituíu o cultivo seco, alterando a paisagem da Ásia das monções e exigindo esquemas de irrigação próprios e muito trabalho intensivo.
De onde vieram os alimentos?
• As culturas agrícolas originaram-se nas áreas onde viveram povos como os maias e os incas, na América, os sumerianos, na Mesopotâmia, e os chineses, no leste da Ásia. Na América do Sul, os indígenas cultivavam diversos tipos de batata. A origem desse alimento são as montanhas da atual Bolívia, onde se encontram mais de 300 tipos diferentes! Os sumerianos desenvolveram a agricultura do trigo, e os chineses, do arroz. A maior parte da população mundial, em nossos dias, tem como base alimentar pelo menos um dos produtos desenvolvidos por esses povos.
O Arroz no Brasil
•O arroz foi introduzido no Brasil pela frota de Pedro Alvares
Cabral, o arroz e presunto foram os últimos presentes deixados aos índios.
•1530 -Porém o cultivo do arroz para uso próprio só é relatado após 1530 na capitânia de São Vicente.
•Quanto ao Rio Grande do Sul, atual estado maior produtor de arroz, Auguste de Saint Hilaire, em sua viagem ao Estado, realizada nos anos de 1820/21, já fala da ocorrência de lavouras desse cereal. Outros autores citam os colonos alemães de Santa Cruz do Sul e Taquara como os introdutores da cultura no Estado, sempre em pequenas lavouras, em estilo colonial.
•Mas é, em 1904, no município de Pelotas, que surge a primeira lavoura empresarial, já então irrigada.
Arroz, o cereal mais consumido no mundo
•O arroz, cereal de maior importância alimentar no mundo.
•A China é o principal produtor mundialde arroz, com 184.070 mil toneladas, ou seja 29% do total produzido, seguida pela Índia com 21,5%.
•A produção brasileira corresponde a apenas 1,8% da produção mundial e tem se mantido próxima a 10 milhões de toneladas, alcançando em 2006 1.526.685 toneladas.
•De maneira geral, o arroz é IMPORTADO, devido ao grande volume que se destina, internamente, à alimentação humana.
•A importação de arroz, é proveniente, principalmente, do
Mercosul, sobretudo Argentina e Uruguai, cujos solos têm uma fertilidade maior, para esse produto, que o brasileiro, necessitando, portanto, de menos investimento em adubo.
Arroz, o cereal mais consumido no mundo
•Oarroz, uma gramínea do gênero Oryza, é um dos principais cereais do mundo, cultivado por cerca de 100 nações.
•Na maioria dos casos, quase toda a produção é destinada ao consumo interno destes países.
•Arroz cresce nas mais variadas condições: em altitudes inferiores ao nível do mar ou superiores a 3.0 metros.
•Existem pelo menos 9 variedades de arroz:
Vermelho; Parbolizado; Basmati; Tailandês; Selvagem; Japonês; Ráris; Agulha; Integral.
Fonte: IBGE -Produção Agrícola Minicipal Produção média de arroz do Brasil e

Arroz, o cereal mais consumido no mundo
•Oarroz é uma gramínea adaptada ao meio ambiente aquático. Esta adaptação é possível devido a presença de um tecido no colmo da planta, chamado arênquima.
•Ele possibilita a passagem do oxigênio do ar para a camada da rizosfera(sistema radicular). Graças a estas características é possível o plantio no ecossistema de várzeas (irrigado).
•Neste sistema predomina o cultivo com irrigação controlada, onde a cultura é realizada em várzeas sistematizadas, com semeadura feita em solo seco e a água aplicada na forma de banhos.
•Também pode ser realizado sob sistema de várzea úmida, sem controle de irrigação, o que normalmente é realizado por pequenos produtores.
Arroz em casca –Mundo Tabela . Produtividade nos dez principais países, 2002 a 2004 (em quilos por hectare)
Fonte dos dados: Faostat, 2006 Elaboração: Projeto Arroz Brasileiro
Arroz em casca –Mundo Área colhida nos dez principais países, 2002 a 2004 (em hectares)
Fonte dos dados: Faostat, 2006
Elaboração: Projeto Arroz Brasileiro
Arroz em casca –Mundo Produção nos dez principais países, 2002 a 2004 (em toneladas)
Fonte dos dados: Faostat, 2006 Elaboração: Projeto Arroz Brasileiro
Solos
• No Brasil, ele tem sido cultivado em áreas de pastagens degradadas pois, tem boa tolerância a solos ácidos, sendo usado como meio de recuperação desses solos.
• Historicamente, o arroz de sequeiro apresenta baixos níveis de produtividade e, sobretudo, qualidade dos grãos inferior aos produzidos pelo processo irrigado.
• Por isso, pesquisas recentes procuram produzir sementes para o cultivo de terras altas altamente produtivas e com qualidade de grão tão boa quanto a do arroz irrigado.
• Atualmente, 13% dos campos de arroz do mundo cultivam esse tipo de arroz entretanto, representam apenas 4-5% da produção total mundial. Cerca de 20% do arroz de sequeiro do mundo é cultivado na América Latina.
• No Brasil, esse tipo de cultura, concentra-se na Região de Cerrado e, apesar de ocupar cerca de 64% da área cultivada, responde por apenas 39% da produção nacional. Diferentemente do arroz irrigado que, ocupando apenas 40% da área cultivada é responsável por aproximadamente 60% da produção nacional.
Semeadura
•Semeadura direta em covas (manual) : Densidade de 5 a 8 sementes por cova.Espaçamento 30 centímetros entre fileiras e 20 centímetros entre covas. Quantidade de sementes : 50 a 60 quilos por hectare.
•Semeadura direta em linhas ( mecânica):Densidade de 90 a 100 sementes por metro linear de sulco.Espaçamento: 30 centímetros entre fileiras.Quantidade de sementes: 100 quilos por hectare.
•Semeadura a lanço ( sementes pré-germinadas):Recomendase distribuir de 100 a 120 quilos por hectare de sementes selecionadas.
•As sementes deverão ficar submersas em água entre 24 e 36horas.
Os principais sistemas de cultivo
Os principais sistemas de cultivo de arroz irrigado são:
•o sistema convencional,
•plantio direto
• pré-germinado
•e transplante de mudas.
Convencional
Neste sistema o solo precisa ser preparado em duas etapas.
a) O preparo primário consiste em operações mais profundas, normalmente realizadas com arado para o rompimento das camadas compactadas e eliminação e/ou enterro de cobertura vegetal.
b) No preparo secundário, utiliza-se grades ou plainas para nivelar, destorroar, destruir crostas superficiais, incorporar agroquímicos e eliminar plantas daninhas no inicio do seu desenvolvimento. Neste sistema, a semeadura é realizada a lanço ou em linha.
Um aspecto importante que deve ser considerado no preparo do solo é o ponto de umidade ideal.
a)Solo muito úmido sofre danos físicos na estrutura (compactação no lugar onde trafegam as rodas do trator) e tende a aderir (principalmente em solos argilosos) com maior força nos implementos agrícolas até o ponto de inviabilizar a operação desejada.
b)Solo muito seco, pode-se formar "torrões" difíceis de serem quebrados, aumentando o número de operações e, conseqüentemente, aumentará o consumo de combustível e tempo, o que encarece o processo.
Plantio Direto
Neste sistema o solo não precisa ser previamente preparado para receber a semente.
Abre-se um pequeno sulco (ou cova) de profundidade e largura suficientes para garantir uma boa cobertura e contato da semente com o solo sendo que, não mais que 25 ou 30% da superfície do solo são movimentados.
Neste sistema também deve-se realizar o entaipamento(construção da infra-estrutura de irrigação, drenagem e estradas)
Este sistema apresenta, menor custo de produção, racionalização do uso dos insumos, melhor uso do solo, menor necessidade de maquinário (menor custo).
Pré-Germinado
Este sistema caracteriza-se pela semeadura de sementes pré-germinadas em solo previamente inundado.
No preparo do solo, há necessidade de formação de lama e o nivelamento e alisamento são realizados, normalmente, com o solo inundado.
A primeira fase do preparo do solo visa trabalhar a camada superficial para a formação de lama, podendo ser realizada em solo seco com posterior inundação ou em solo já inundado.
As principais técnicas utilizadas nessa fase envolvem: · aração em solo úmido;
· aração seguida de destorroamentocom grade de disco ou enxada rotativa em solo seco, sendo a lama formada após a inundação utilizandose a enxada rotativa; · uso de enxada rotativa sem aração, preferencialmente em solo inundado, repetindo-se a operação, de modo a permitir a formação de lama sem deixar restos de plantas daninhas. Uma alternativa para a formação de lama é a utilização da roda de ferro tipo "gaiola", que oferece maior sustentação e deixa menos rastro das rodas do trator.
Pré-Germinado
A segunda fase compreende o renivelamento e o alisamento, após a formação da lama, utilizando-se pranchões de madeira, com o intuito de tornar a superfície lisa e nivelada, própria para receber a semente pré-germinada. As operações descritas nestas duas fases foram desenvolvidas principalmente para pequenas áreas. Em áreas mais extensas, vem se buscando um sistema próprio de preparo do solo, que consiste das seguintes operações: 1. Uma ou duas arações em solo seco; 2. Uma ou duas gradagens, para destorrar o solo, tendo-se o cuidado de não "pulverizá-lo", para que pequenos torrões impeçam o arraste de sementes pelo vento; 3. Aplainamento e entaipamento; 4. Inundação da área com uma lâmina de, no máximo, 10 cm, mantendo-a por, no mínimo, 15 dias antes da semeadura, para controlar o arroz vermelho; 5. Alisamento com pranchões de madeira; 6. Semeadura das sementes pré-germinadas.

Transplante de Mudas
Este método tem como principal objetivo a obtenção de sementes de alta qualidade, realizado em linhas.
Transplante de Mudas
· Produção de mudas: as mudas podem ser produzidas em caixas, com fundo perfurado, com as seguintes dimensões: 60 cm de comprimento x
30 cm de largura x 5 cm de altura (as medidas de largura e comprimento das caixas, poderão variar de acordo com o tipo de transplantadeira). O solo a ser utilizado deve ser, preferencialmente, de textura franco arenosa, baixo teor de matéria orgânica e livre de sementes nocivas.
Transplante de Mudas Após peneirado, em malha de 5 m, o solo é colocado nas caixas numa espessura de 2,5 cm. São semeadas em torno de 300 g de sementes pré-germinadas por caixa e cobertas com 1 cm de solo. Após a semeadura, as caixas são irrigadas abundantemente, empilhadas e cobertas com lona plástica por 2-4 dias, até a emergência das plântulas (esta fase é variável em função da temperatura).
Transplante de Mudas Quando as plântulas iniciam a emergência, as caixas espalhadas em um viveiro protegido contra o ataque de pássaros e ratos são irrigadas diariamente, até a fase de duas folhas (12-18 dias). Caso haja ocorrência de doenças nas plântulas, estas devem ser controladas com a aplicação de fungicidas específicos.
Transplantio:
O transplante é feito quando as mudas de 10 a 12 cm de altura (12 a 18 dias após a semeadura)
No momento de transplante, as caixas devem estar com umidade adequada, para facilitar o desempenho da transplantadeira.
Esta operação deve ser realizada com área previamente drenada.
Transplantio:
As transplantadeiras normalmente utilizadas, possuem um sistema de regulagem que permite o plantio de 3 a 10 mudas por cova, espassamento de 14 a 2 cm entre covas e 30 cm entre linhas.
O rendimento médio de uma transplantadeira com 6 linhas é em torno de 3.0 metros quadrados por hora de trabalho, sendo necessárias 110-130 caixas de mudas/ha (30- 40 kg de sementes/ha).
Transplantio:
A inundação permanente deve ser evitada por uns 2 ou 3 dias, até o pegamento das mudas.
O preparo do solo, manejo da água, controle de plantas daninhas, de pragas e doenças é idêntico ao recomendado para o sistema prégerminado.

Cultivares
As cultivares de arroz irrigado normalmente são classificadas em três tipos, conforme as características fenotípicas da planta.
Cultivares
Tipo Tradicional: as plantas pertencentes a este grupo apresentam características como porte alto, folhas longas e decumbentes, além de serem menos exigentes em relação ao seu cultivo (maior rusticidade). Os grãos podem ser curtos, médios ou longos (com casca pilosa ou não)
Cultivares
Tipo Intermediário: As plantas deste grupo apresentam porte médio, com folhas curtas, estreitas, semi-eretas e lisas. Os grãos são longos, finos e cilíndricos, apresentando excelente qualidade culinária e grande aceitação no mercado nacional e internacional.
Cultivares
Tipo Moderno: são plantas de porte baixo, folhas curtas e eretas, pilosas ou lisas.
Apresentam colmos curtos e fortes, alta capacidade de perfilhamento e elevado potencial produtivo.
Quanto ao ciclo:
•Em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul e nos demais estados produtores, o ciclo é definido como precoce (< 120 dias), médio (121-135 dias) , semi tardio (136-150 dias) e tardio (+ que 150 dias)
De que se trata?
Nos métodos de irrigação por escoamento sobre a superfície, a água é trazida por canais ou tubos até a parte mais alta da área de cultivo e daí é distribuída, escoando diretamente sobre o solo.
MODALIDADES: • Sulcos;
FAIXAS:

• Retenção em bacias de inundação.
Zonas de bacias hidrográficas onde há água abundante, solo argiloso e relevo plano.






segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Consumo, Mercado e Comercialização do Arroz Irrigado



O Brasil durante muitos anos foi exportador de arroz. Na década de 80 passou a importar pequenas quantidades (5% da demanda total) e, a partir de 1989/90, se tornou um dos principais importadores deste cereal, chegando a 2 milhões de toneladas, em 1997/98, quando atingiu, uma média superior a 10% da demanda interna. A lacuna entre a produção e o consumo anual de arroz irrigado, à partir da década de 90, passou a ser suprida, principalmente pelo Uruguai e Argentina, que responderam por cerca de 85 a 90% das importações brasileiras. 


Esses dois países com produção de arroz do tipo agulhinha de alta qualidade, custos de produção menores, juros mais competitivos de financiamento, carga tributária mais branda, fretes e custos de comercialização inferiores aos do Brasil, alem da proximidade geográfica e associados a uma taxa de câmbio favorável até o final de 1998, alavancaram rapidamente sua produção, com vistas ao mercado brasileiro. 

O Brasil atualmente encontra-se entre os dez maiores importadores, absorvendo cerca de 5% do volume das exportações mundiais.

O consumo médio de arroz no Brasil varia de 74 a 76 Kg/habitante/ano, tomando-se por base o grão em casca. Atualmente, o consumo está estagnado, apenas acompanhando o crescimento populacional. 
O arroz branco "in natura", que passa por um processo padrão de beneficiamento para a retirada da casca e polimento (brunido), ainda é o principal produto consumido pela população, relativamente a produção do cereal no Brasil. 

O brasileiro destina cerca de 22% do seu orçamento em alimentação, sendo o arroz ainda o principal produto da cesta básica. À partir de 1994 ( Plano Real), houve uma expansão da massa salarial e melhoria do poder aquisitivo da população, levando à retração no consumo de arroz e à diversificação do uso de proteínas animais, massas e produtos elaborados com maior valor agregado.

Em relação ao tipo de grão preferido no Brasil, o mercado aponta uma migração de consumo do arroz Tipo 2 para o Tipo 1 e Parboilizado. O arroz Tipo 1 representa, hoje, 70 a 80% do mercado de arroz polido branco. O Parboilizado, encontra-se em expansão, representando 20% (1,5 milhões de toneladas) da demanda de arroz beneficiado, que é de 7,2 milhões de toneladas.

O processo tradicional de beneficiamento de arroz, apresenta 65 a 75% de grãos polidos (inteiros e quebrados), 19 a 23% de casca, 8 a 12% de farelo e 3 a 5% de impurezas.

A classificação do arroz esta baseada no estado físico dos grãos, que varia em relação a quebra dos mesmos, de 1 a 5, e ao tamanho de grão, curto ou longo.

O processo mundial de abertura econômica ao comércio internacional, aliado ao surgimento de novas tecnologias relacionadas à informação eletrônica e comunicação para fins comercias e auxiliares na tomada de decisão, desencadearam transformações no modo de produção, comercialização e consumo de bens e serviços. As relações entre os elos da cadeia produtiva passaram a ser importantes. Os preços, produtos e a logística de distribuição e venda tornaram-se elementos inseparáveis e essenciais no processo de comercialização. O consumidor passou a ser um importante sinalizador para o processo produtivo. Além disso, ocorreu a consolidação da preferência do consumidor pelo arroz tipo "agulhinha".

A partir do início da década de 90, sob influência da globalização econômica, ocorre uma orientação para a liberalização do mercado, cujo princípio era de intervenção mínima do Governo, com redução de recursos públicos para o financiamento da produção e comercialização de produtos agrícolas. Como conseqüência, alguns instrumentos anteriormente utilizados pelo Governo, deixaram de existir e a política de aquisição da produção passou a não ser mais aplicada em todas as regiões produtoras de arroz, sendo pontual em determinadas ocasiões. O Governo, deliberadamente, repassou parte da responsabilidade da comercialização para a iniciativa privada, o que implicou em mudanças na cadeia.

Atualmente o Governo Federal procura adotar uma intervenção mínima que garanta o abastecimento de arroz em quantidade suficiente para o abastecimento interno e, ao mesmo tempo, preços compatíveis com a realidade do setor. 

Os Contratos de Opção de Venda da CONAB, ofertados ao mercado, assim como as recompras e repasses, são comercializados em Bolsa. A CONAB procede os leilões, tentando recomprar parte dos contratos já comercializados ou repassar suas obrigações a terceiros (indústrias, exportadores, etc.). A realização dos leilões de recompra/repasse de parte dos contratos comercializados, permite que o produtor tenha a oportunidade de se capitalizar antecipadamente. 

Com relação ao setor agroindustrial, observa-se que há uma concentração em pólos de produção, de beneficiamento e de empacotamento em torno das grandes agroindústrias, que estão instaladas nas regiões produtoras, em especial no Rio Grande do Sul, principal fornecedor de arroz para os grandes centros consumidores localizados na Região Sudeste e Nordeste do país.
No RS o setor opera, atualmente, com 350 engenhos, cuja produção em 2000 foi de 3,7 milhões de toneladas, no entanto, existem cerca de 600 engenhos de arroz, demostrando a ociosidade do setor. Além disso, da produção gaúcha de arroz, uma média de 20% tem sido exportada anualmente para outros Estados, ainda em casca. Isto deve-se, principalmente, pela diferenciação de alíquotas interestaduais de ICMS entre o Estado e os principais centros importadores de arroz do RS, e pela utilização do produto gaúcho, de alta qualidade, para formação de "ligas" com arroz de qualidade inferior.

Da produção gaúcha de arroz, cerca de 12% fica no Estado, do beneficiado aproximadamente 70% é exportado para outros estados, sendo 50% para São Paulo e 20% para o Rio de Janeiro. 

Em Santa Catarina, a capacidade industrial instalada é de 1,35 milhões de toneladas, portanto, além de beneficiar toda a sua produção, importa arroz em casca de outros Estados, principalmente do RS. Da produção de arroz catarinense, 90% é para a industrialização do arroz parboilizado e o restante é de beneficiado branco. A maior parte dessa produção (70%) é exportada para outros estados como Paraná, São Paulo e, principalmente, para o Nordeste, além do Paraguai.

Com relação aos preços de comercialização do arroz, estes são estabelecidos levando em conta fatores como: classe, tipo e percentagem de grãos inteiros. Os preços são diferenciados para o arroz proveniente do sistema irrigado e do sistema sequeiro.
O Estado de São Paulo, como principal polo consumidor de arroz agulhinha proveniente da Região Sul, juntamente com o Rio Grande do Sul, pela qualidade e volume de arroz produzido, exercem forte influência na formação de preço do cereal, e, atualmente, também há a pressão das grandes redes de supermercados sobre os preços e prazos do arroz beneficiado.

Os preços do arroz em casca pagos ao produtor, no RS, ao longo dos últimos dez anos, apresentaram redução de 31,4%, comparando-se as médias anuais de 1993 a 2001. Dividindo-se o período em triênios, observa-se que a média do primeiro (1993/95) e segundo triênio (1996/98) estiveram próximas, diferença de R$ 0,93/ 50 kg. No último triênio (1999/01) houve queda acentuada dos preços. A média deste período de R$ 18,07/ 50 kg, foi menor 23,7% que a média 1993/95 e 20,6% da média 1996/98 (Figura 18.1). Isto deve-se a queda dos preços que originou-se a partir de 1999, acentuando-se em2000 e chegando à menor cotação, R$14,02, em novembro de 2000. Os preços pagos ao produtor gaúcho naquele ano, foram os mais baixos da última década.


Fig. 1. Preços* pagos ao produtor do RS, R$ / 50 kg de arroz, no período de janeiro/93 à setembro de 2002 e médias dos triênios 93/95, 96/98 e 99/01.
Fonte: Dados compilados de IRGA, Série Histórica de preços arroz em casca, disponível em www.irga.rs.gov.br/docs/srcasca.pdf, acessado em 18/10/2002, e adaptado pelos autores.
*Preços deflacionados para setembro/02, pelo IGP-DI, da FGV.


Na figura 18.2, pode-se visualizar a sazonalidade dos preços, cuja cotação mais baixa do cereal é praticada no mês de abril. O preço neste mês é cerca de 6,5% abaixo da média do período de safra(fev-jun) e 12% da média da entre-safra.


Fig. 2. Preços* médios do período da safra e entre-safra durante os últimos cinco anos.
Fonte: Dados compilados de IRGA, Série Histórica de preços arroz em casca, disponível em www.irga.rs.gov.br/docs/srcasca.pdf, acessado em 18/10/2002, e adaptado pelos autores.
*Preços deflacionados para setembro/02, pelo IGP-DI, da FGV.

Os Preços Mínimos de Garantia do Arroz são aprovados em cada safra pelo Conselho Monetário Nacional. Na safra 2002/03, para as Regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste (exceto Mato Grosso), o Preço Mínimo Básico do arroz Longo Fino com 58% de grãos inteiros e 10% de quebrados, foi deferido em R$14,00 por saca de 50 kg. Para a Região Norte e Estado do Mato Grosso, o preço ficou em R$14,48 por 60 kg, para o produto com 55% de grãos inteiros e 13% de quebrados.

Considerando a melhoria substancial da qualidade do arroz produzido nas diversas Regiões do País - resultado conjunto das empresas de pesquisas agropecuárias, entidades representativas do setor produtivo, órgãos governamentais estaduais e indústrias de processamento - foram retirados da Pauta, o arroz dos tipos 4 e 5. Isto ocorreu principalmente na expectativa de que o setor produtivo do arroz de terras altas, desperte para a necessidade de padronizar sua produção - à exemplo do que ocorre na Região Sul do País - adequando à realidade de um mercado consumidor cada vez mais exigente, que busca sempre o produto de melhor qualidade.

Em termos de preços pagos ao produtor, algumas inovações serão implementadas na próxima safra. A Tabela de Ágios e Deságios (Tabela 2 ) passará a cotar o produto a cada ponto percentual de grãos inteiros, para cima ou para baixo, no lugar dos intervalos de três pontos. Nesse caso, partindo do Preço Mínimo Básico, quanto melhor o rendimento do produto, maior será o preço recebido pelo produtor. A situação se inverte para o produto de rendimento inferior.




domingo, 6 de setembro de 2015

Soca de Arroz Irrigado



Importância da soca

A soca, que é a capacidade das plantas de arroz (Oryza sativa L.) regenerar novos perfilhos férteis após o corte dos colmos para a colheita, pode se constituir numa prática para aumentar a produção de arroz por unidade de área e de tempo. Em regiões tropicais, uma segunda colheita de arroz, mediante o cultivo da soca, pode ser uma das primeiras alternativas viáveis para aumentar a produtividade de grãos em várzeas. 

No Estado do Tocantins, a soca tem se mostrado vantajosa, em decorrência da obtenção de relação benefício/custo mais favorável; em áreas melhor conduzidas têm-se obtido 22 sacas de 60 kg ha-1, com um custo de produção equivalente a cinco sacas, com um ciclo ao redor de 50 dias. No entanto, resultados de pesquisa têm mostrado que com o uso de tecnologia é possível obter produtividades mais expressivas, o que tem estimulado o uso desta prática em áreas extensivas (Figura 1). Na Região Norte de Santa Catarina, a área cultivada com arroz irrigado está em torno de 25.000 ha e, em quase a sua totalidade, é cultivada a soca com uma produtividade que pode chegar a 3,0 t ha-1, com 110 dias de ciclo. O custo para produção da soca compreende somente a água, a uréia e o óleo diesel utilizado na roçada ou no preparo da soca, além da colheita.

O cultivo da soca possibilita aumentar a produtividade das várzeas tropicais com qualidade da produção, reduzir a sazonalidade do uso de máquinas e implementos, aumentar a ocupação da mão-de-obra rural e incrementar a renda líquida dos produtores.



Manejo da cultura de arroz para a obtenção do maior potencial produtivo da soca

Planejamento
Para obter êxito no cultivo da soca é necessário um planejamento do sistema de produção de arroz, compreendendo desde o estabelecimento da cultura principal até a segunda colheita. Deve-se explorar a soca de genótipos com reconhecida capacidade produtiva nas duas colheitas. Como a soca representa um percentual da produtividade da cultura principal, é interessante que para o seu cultivo sejam selecionadas, preferencialmente, aquelas áreas mais produtivas.

Cultivar
As cultivares comportam-se diferentemente em relação à produção e à origem dos perfilhos na soca e, consequentemente, ao seu potencial produtivo. Algumas desenvolvem perfilhos em todos os nós do colmo, enquanto outras formam perfilhos apenas dos nós inferiores. Algumas cultivares de arroz podem apresentar alta produtividade na cultura principal e não serem produtivas na soca, como por exemplo a Metica 1 (Tabela 1); 
enquanto outras, como a BRS Formoso e a BRS Ourominas, tem alto potencial produtivo nos dois cultivos.

As cultivares precoces podem se comportar melhor que as de ciclo médio em regiões onde as condições climáticas são limitantes ao desenvolvimento da soca. Entretanto, sob condições favoráveis as cultivares de ciclo médio apresentam maior produção biológica que as de ciclo curto, tanto na cultura principal quanto na soca. Estudos desenvolvidos em várzeas tropicais têm demostrado que o número de panículas por m2 foi o principal componente na determinação da produtividade da soca. Há redução em torno de 48% no número de grãos por panícula da soca em relação ao da cultura principal.
Com isso, consideram-se que, para aumentar a produtividade na soca, há necessidade de aumentar este componente, seja através do melhoramento de plantas ou do emprego de técnicas de manejo da cultura.

Condições climáticas
Os elementos meteorológicos que mais influenciam a produtividade são a temperatura do ar, a radiação solar, a precipitação pluvial e o fotoperíodo. Entre os fatores do ambiente que afetam o crescimento e desenvolvimento das plantas de arroz, a temperatura e a luz têm sido relatadas como os de maior influência no comportamento da soca, particularmente o perfilhamento. A temperatura apresenta valores críticos, tanto baixo quanto alto, dependendo da fase da cultura, mas, no geral, valores abaixo de 20ºC e acima de 30ºC são prejudiciais.

Manejo da cultura principal
As práticas culturais que afetam o crescimento da planta na cultura principal afetam também o crescimento da soca. O sucesso do cultivo da soca é, em grande parte, determinado pelas práticas empregadas na cultura principal, como: a época e o sistema de plantio, o manejo de fertilizantes e o sistema de colheita. As cultivares respondem na soca diferentemente às práticas culturais empregadas na cultura principal.

Época de plantio
Épocas diferentes de semeadura ou de transplantio expõem as plantas da cultura principal e da soca a diferentes comprimentos do dia, temperaturas e condições de luz que, por sua vez, influenciam o comportamento da soca. A definição das épocas de plantio se baseia no conhecimento das condições climáticas preponderantes na região e na disponibilidade de água para irrigação. Nas condições do Norte Fluminense, RJ, e no médio e baixo vale do Itajaí e litoral norte do Estado de Santa Catarina a época de semeadura de setembro foi a que propiciou a maior produtividade de grãos na soca. Para a região de Goiânia, GO, os períodos mais favoráveis ao cultivo da soca corresponderam às semeaduras realizadas de agosto a outubro.
Nesta região, o duplo cultivo de arroz pode ser inviável, pois a colheita do primeiro cultivo e a semeadura do segundo coincidem com períodos de alta precipitação pluvial. Entretanto, o cultivo intensivo das várzeas pode ser obtido com a soca de arroz irrigado. Nas Regiões Norte e Nordeste o arroz pode ser cultivado durante todo o ano, portanto a época de semeadura não limita o cultivo da soca.

Sistema de plantio
A semeadura direta, em solo seco ou úmido, e o transplantio constituem os dois sistemas de plantio de arroz. Uma das vantagens da semeadura direta no cultivo da soca, em comparação ao transplantio, é o maior número de plantas por área. Com isso, poucos colmos são necessários para produzir um grande número de perfilhos na soca. Independentemente do sistema de plantio, uma população adequada de plantas é um pré-requisito para uma soca produtiva.

Manejo de fertilizantes
A fertilidade do solo afeta direta ou indiretamente o crescimento e a produção de grãos da soca de arroz. O nitrogênio e o fósforo afetam o crescimento da soca, pois promovem o perfilhamento e o desenvolvimento das raízes, respectivamente. A dose, a época e o modo de aplicação de nitrogênio alteram a eficiência de sua utilização pelas plantas da cultura principal e da soca. Para se ter um sistema produtivo nas duas colheitas, as doses, épocas e modos de aplicação da adubação da cultura principal devem ser baseados nos resultados da análise de solo, conforme as recomendações para a cultura de arroz irrigado.

Sistema de colheita
Outra preocupação no planejamento é com a colheita da cultura principal, especialmente, quanto à época, à altura de corte e aos equipamentos das colhedoras. Deve-se evitar o "passeio" desnecessário de colhedoras e graneleiros, para não danificar excessivamente as plantas de arroz, pois a área pisoteada pela esteira da colhedora pode corresponder a até 38 % da total cultivada. A melhor época de colheita da cultura principal para um bom cultivo da soca é quando os seus colmos estão ainda verdes. Atraso na colheita da cultura principal reduz a duração de crescimento e a produtividade da soca.

Menor altura de corte das plantas da cultura principal alongam o ciclo da soca e, aliada a época tardia de colheita, pode propiciar o seu crescimento em condições climáticas menos favoráveis, afetando a produtividade, especialmente de genótipos de ciclo médio. A maioria dos estudos mostra que as maiores respostas foram obtidas com alturas de corte de 20 a 30 cm. 

O sistema de colheita influencia o comportamento da soca, tanto no que se refere a produtividade quanto a qualidade do produto colhido. A colheita da cultura principal realizada com colhedoras equipadas com picador de palha propicia, na soca, maior produtividade e rendimento de grãos inteiros. Quando a colhedora não possui picador de palha, há formação de uma leira de palha que dificulta o crescimento dos perfilhos e favorece a ocorrência de doenças. Com isso, o uso do picador de palha é fundamental.


Manejo da soca
Práticas culturais que promovam uma rápida e uniforme brotação são especialmente importantes. Dentre as empregadas no cultivo da soca, que afetam o comportamento da planta de arroz, destacam-se a fertilização nitrogenada, o manejo de água e os tratos fitossanitários.

Fertilização nitrogenada
Dentre os nutrientes, o nitrogênio é o elemento que maior resposta tem proporcionado à soca de arroz. Quantidades adequadas de fósforo e de potássio aplicadas na cultura principal têm propiciado aumento significativo na produtividade da soca, mostrando, com isso, que ainda se encontram disponíveis para o crescimento e desenvolvimento da mesma. O nitrogênio deve ser aplicado na soca logo após a colheita da cultura principal, pois, assim, obtém-se uma brotação mais rápida, perfilhos mais sadios o que incrementa a produtividade. A maior resposta da soca ocorre com a aplicação de 56 kg ha-1 de N logo após a colheita da cultura principal.

Manejo de água
Para o êxito da soca é necessário um manejo adequado da água de irrigação, ainda que aproximadamente apenas 60% da água normalmente exigida pela cultura principal seja requerida. O melhor desempenho da soca é obtido quando a inundação é iniciada nove dias após a colheita da cultura principal.

Tratos fitossanitários
Via de regra, a aplicação de fungicidas pode ser necessária para a obtenção de maior produtividade e melhoria da qualidade dos grãos da soca, dependendo da ocorrência de condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de doenças. A soca aparentemente não se apresenta favorável ao desenvolvimento de populações daninhas de Oryzophagus oryzae. Portanto, a necessidade de se fazer o seu controle durante o cultivo da soca mostra-se bastante remota.


sábado, 5 de setembro de 2015

Pós-colheita e Industrialização de Arroz Irrigado



A composição química dos grãos altera-se em função das condições edafoclimáticas, de cultivo, de pré-armazenamento, de armazenamento e do sistema de beneficiamento. Sua alteração, em consequência de inadequações nas operações de secagem, de armazenamento pode significar importantes perdas na pós-colheita.






Transporte, recepção e pré-limpeza

Como o arroz é colhido com umidade elevada e com grandes quantidades de impurezas e matérias estranhas, o transporte até unidade de secagem deve ocorrer no menor tempo possível. 

Ao chegar na unidade de conservação, logo após a pesagem e a identificação da carga, devem ser coletadas amostras e submetidas às análises de umidade, impurezas e/ou matérias estranhas, rendas, rendimentos e defeitos. 

A secagem dos grãos que chegam da lavoura deve ser iniciada tão logo se realize a colheita ou, no máximo, até 24 horas após. Entretanto, isso não sendo possível, é importante pré-limpar, aerar e/ou pré-secar o arroz. 
Se em grãos destinados à indústria a mistura de cultivares é prejudicial, em semente não se admitem misturas varietais e/ou de cultivares, em nenhuma hipótese.

Assim como ocorre com a maioria das grandes culturas, para o arroz é obrigatória a imediata operação de pré-limpeza. 

A pré-limpeza tem por finalidade promover a separação das impurezas e dos materiais estranhos, de dimensões, formas e densidades muito diferentes daquelas características dos grãos. 
Para a realização da operação de pré-limpeza, normalmente são utilizadas máquinas de ar e peneiras. Estas, em geral, possuem duas peneiras planas sobrepostas, com perfurações próprias para cada produto.


Secagem

Uma vez finalizada a pré-limpeza deve-se proceder, imediatamente, à secagem dos grãos e/ou sementes.

A secagem pode ser feita por vários métodos, desde o natural e os naturais melhorados, até a secagem forçada, a qual inclui as estacionárias , onde apenas o ar se movimenta durante a operação, e as convencionais , onde são movimentados ar e grãos durante a secagem.

A secagem artificial do arroz, forçada ou mecânica, é amplamente utilizada. Os métodos de secagem artificial empregam combinações de temperatura e fluxo de ar, tempos e formas de movimentação dos grãos e de contato ar/grão. 

Os principais danos causados aos grãos de arroz durante a secagem com ar aquecido são trincamento, formação de crosta periférica, alteração de coloração, desestruturação do amido e morte do próprio grão, que provocam reduções no rendimento industrial e no valor comercial. 

Os grãos de arroz são sensíveis aos choques térmicos, por isso a alternância do emprego de ar aquecido e ar ambiente aumenta o número de grãos trincados.

A secagem estacionária é caracterizada, portanto, pela não movimentação dos grãos, que, colocados nos silos-secadores, sofrem a ação do ar, aquecido ou não, o qual é movimentado mecanicamente em fluxos axial ou radial, se em direção do eixo principal (altura, em direção vertical a partir do fundo do silo-secador), ou do raio (lateral, em direção horizontal a partir de um tubo central perfurado), respectivamente.
A secagem estacionária de arroz pode ser feita com ar forçado, à temperatura de até 45*C, para camadas não superiores a 1,0m. 

Para a secagem intermitente, são utilizados os secadores intermitentes, e a operação ocorre com movimentação dos grãos e do ar de secagem, que mantém períodos alternados de contato e de isolamento. Em sementes, a temperatura do ar não deve ultrapassar 45ºC e a da massa de semente, 40ºC, dentro do secador.

O sistema de secagem intermitente exige maiores investimentos para a instalação e o uso de tecnologia mais sofisticada do que o estacionário, porém com resultados que podem ser bastante compensadores em grãos dotados de certa resistência a danos mecânicos e sensíveis a danos e choques térmicos, como os de arroz. 

A secagem contínua faz uso dos chamados secadores contínuos, que constam de estrutura com pelo menos duas câmaras, uma de secagem propriamente dita e uma de arrefecimento, podendo haver uma outra, intermediária, neutra, colocada entre as duas. Neste sistema, os grãos ingressam úmidos, mantêm contato com o ar aquecido na primeira câmara, perdem água e se aquecem. Ao passarem pela segunda câmara, tomam contato com ar à temperatura ambiente, quando são resfriados. 

A seca-aeração, antes da etapa final estacionária, em silo-secador, utiliza um secador convencional contínuo adaptado, em que a câmara originalmente destinada ao resfriamento recebe ar aquecido, se transformando, dessa forma, numa segunda câmara de secagem, de onde os grãos saem ainda quentes e parcialmente secos, indo diretamente a um secador estacionário, onde permanecem em repouso durante um determinado tempo.


Armazenamento

O arroz pode ser armazenado em sacaria, no sistema convencional, ou a granel, em silos ou em armazéns graneleiros.

O armazenamento em sacaria, para ser eficiente em conservabilidade, requer grãos secos, locais bem ventilados e pilhas com 4,5-5,5m de altura e 19m de comprimento, no máximo, por razões de segurança e operacionalidade. As pilhas e/ou os blocos devem ficar afastados cerca de 0,5m das paredes do armazém convencional. Para armazenamento em sacaria deve ser mantida boa ventilação nas pilhas, através de afastamento entre elas ou os blocos e entre elas e as paredes. Na parte inferior, podem ser utilizados estrados de madeira com altura mínima de 12cm.

A armazenagem a granel é mais adequada para grandes quantidades. Num silo ou num graneleiro, grãos relativamente pequenos, como os de arroz, exibem comportamento diferente do de outras espécies de cereais, de grãos maiores, principalmente por apresentarem maior tendência à compactação e oferecerem maior resistência à passagem do ar, durante a aeração. Problemas decorrentes dessa característica são contornados através de intrassilagem parcial ou total da carga do silo e/ou de transilagens periódicas, durante o armazenamento, a cada período de 60 dias ou, no máximo, 90 dias.

Diariamente, durante o período de armazenamento, a temperatura deve ser controlada, por termometria.


Pragas e microflora de armazenamento

Os grãos armazenados são atacados por pragas (roedores, insetos e ácaros) que causam sérios prejuízos qualitativos e quantitativos. 

O resultado da ação de insetos em grãos armazenados traduz-se em perda de peso e poder germinativo, desvalorização comercial do produto, disseminação de fungos e formação de bolsas de calor durante o armazenamento. 

As boas condições de higiene e sanidade nos silos e nos armazéns são fundamentais para a conservabilidade dos grãos. Aparecendo pragas, devem ser realizados expurgos. 

O expurgo pode ser aplicado tanto em arroz a granel como em sacaria, desde que respeitadas as especificações técnicas de cada produto.

Em grãos a granel - os silos verticais metálicos, requerem maior atenção em relação ao controle de pragas dos produtos armazenados, principalmente por se tratar de um sistema que dificulta a vedação. 

Em grãos ensacados - a operação de expurgo pode ser feita através de câmaras móveis ou lençóis plásticos, permitindo a fumigação de cada pilha separadamente. 

O controle das pragas pode ser complementado com inseticidas não-fumigantes. 

Também é muito importante o controle de roedores nas redondezas do armazém. Além da colocação de raticidas ao redor do armazém, todos os buracos e fendas deverão ser calafetados. 

Os ácaros atacam todas as espécies de grãos, principalmente os danificados. Mais de oitenta espécies de ácaros podem ocorrer em grãos armazenados, especialmente em climas temperados. 

Os fungos fazem parte das principais causas de deterioração dos grãos armazenados, sendo superados quantitativamente apenas pelos insetos, mas seus efeitos qualitativos geralmente são mais preocupantes.


Parboilização

Parboilização é um processo hidrotérmico, no qual o arroz em casca é imerso em água potável, a uma temperatura acima de 58ºC, seguido de gelatinização parcial ou total do amido e secagem. 

Antes de ser submetido às operações hidrotérmicas, o arroz, ainda em casca, passa por um conjunto de equipamentos para a realização de operações complementares de limpeza e seleção, que pode incluir de máquinas de ar e peneiras a mesas densimétricas. 

Em grande parte das indústrias a autoclavagem é realizada em equipamentos de fluxo contínuo ou semicontínuo, que operam em temperaturas ao redor de 110ºC, com pressões de 0,4 a 1,2 kgf/cm-1, em tempos que variam de 10 a 30 minutos.

Depois da autoclavagem, as operações hidrotérmicas seguem com a etapa das secagens.

Após a secagem preliminar em secador rotativo é realizada a secagem complementar ou secundária.

Completadas as operações hidrotérmicas e passado o período de temperagem, os grãos são descascados, produzindo o arroz integral parboilizado. 

Na maioria das indústrias, o processo continua com as operações de brunimento e/ou polimento.

Após o polimento e as seleções, os grãos são embalados, mecanicamente. 


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